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CRÔNICAS DO ENDURANCE II: PREPARAÇÃO – Mais uma semana A MAIS!

CRÔNICAS DO ENDURANCE II: PREPARAÇÃO – Mais uma semana A MAIS!

Mais uma semana fechada com avanços consideráveis por aqui!!!

Os impactos da planilha organizada pelo @alexandre_silvestrin estão sendo gigantes. Tem sido uma experiência incrível me desafiar a cumprir com o máximo de rigor as prescrições “kamikazes” (palavras dele) montadas para dar conta de ambições tbm kamikazes (mea culpa aqui!).


Esta planilha consiste basicamente no seguinte:

  • segunda: rodagem leve, 80', pace entre 5:30 e 6:00;
  • terça: reforço muscular;
  • quarta: reforço muscular;
  • quinta: tiros - 6x5' com 3' de descanso + MTB
  • sexta: 15k ritmado a 5:00 + reforço muscular
  • sábado: MTB LONGO (3h30m)
  • domingo: 40k - 3h30m

Nesta semana, na quinta-feira pela noite, após o treino de MTB abri a porta de um quarto novo. Finalizei o treino com febre, duas horas pelas montanhas da terceira légua em um notornico que há muito eu não fazia, somadas a um um volume de treino que vem crescendo há mais de 6 meses, cobraram um preço do corpo.

“Dormi” bem mal… e comuniquei o mestre Silvestrin na sexta que havia atingido um limiar. Tirei a sexta off (não… não tenho days off e sim, sei que “precisa” ter… mas vai lendo antes de tirar qualquer conclusão quanto aos métodos que estamos empregando, pois, os objetivos aqui não são somente de performance física!)

Importante: optei por não tomar nenhum anti-inflamatório na noite da febre ou qualquer coisa para lidar com os sintomas. Decidi que aquilo era meu “presente” e que deveria ser encarado como tal. Oportunidade para deixar o corpo aprender a se recuperar sem suporte externo e a mente a ter ÍMPETO (@davidgoggins mode ON)

Ouvi essa palavra do próprio Silvestrin quando de nossas primeiras conversas a respeito do planilhamento dos treinos. Ela e o conceito atrelado (que vai além da palavra em si) ficaram rodando minha cabeça.

Ímpeto.

Sábado encarei a mesma sessão de MTB que tenho feito: desce cotovelos maternidade, sobe antenas Galópolis, desce Moschen, Sobe Cotovelos Maternidade, desce Cristal pra Galopolis (de novo), sobe desafio Jovem / Santo Antão, Meio Belo, casa.

O trajeto não é dos mais longos, mas tem belas pegadas com inclinação a mais 10%, somando 50k e 1.500m de altimetria, e o tempero principal: CALOR!

Finalizei essa sessão com déficit de 3L de hidratação, mesmo tendo consumido cerca de 6L de água no treino.

Para o dia seria isso… mas algo me incomodava: os treinos não feitos da sexta.

Almocei, me hidratei e fui pro reforço muscular.

Ao sair respondi aos pensamentos que rondavam a sessão de 15k ritmada a 5:00 que tinha sido “queimada” na sexta junto do reforço com um astuto “vamos ver depois, mas acho que só o reforço já está bom! Já será algo além, tu tem de te recuperar para amanhã…”

Fiz o treino ao som de canções de TFM das FA americanas… algo do espírito “bootcamp” me inspira e sai do reforço decidido: vou rodar esses 15k.

Ímpeto…

Esta palavra rondava meus pensamentos enquanto eu focava a mente na terceira sessão do dia. Ao todo seriam 5h30m de atividade no sábado.

Fiz o ritmado com alegria… “uma chave virou”. Consegui superar pensamentos sabotadores e entrei no modo “anti-frágil” (o que significa que os 15k foram feitos com aquele tênis com mais de1,2k de kms que estou proibido de doar )

Aqui é importante destacar que eu treino sim para performar fisicamente, mas mais que isso, quero a performance psicológica, pois sei (e todos com mais experiência eu que converso postulam o mesmo) que a “mente” é a maior parte em ultramaratonas. Ponto.

Não adianta eu treinar “bonitinho” o corpo e, diante de qualquer imprevisto em uma prova: uma dor nova, uma desinteria, um desconforto, mudança de terreno, de clima, acidentes - sim, se eles não te tiram da prova eles são um elemento a se aprender a lidar! Vai por mim que nessa sou vetera!

Por isso da importância de sim, adicionar complicadores na minha abordagem. É “saudável”? Fisicamente não… mas do que vivi e li tenho elementos de sobra pra defender que o “corpo” não é tudo. Uma “itezinha”, uma fadiga, uma febre, uma noite mal dormida sim tiram performance física, mas agregam em robustez e peso das defesas psicológicas.

Por isso que estou com essa palavra rondando minhas sessões: ímpeto. Ele não vem do corpo, do físico. Ele vem da vontade, da “virtú” e sinto que para chegar perto de entender o seu significado (coisa que sei não estar perto de conseguir) preciso romper certos “confortos” e “métodos” e me sujeitar a uma dose de caos.

No domingo, a planilha previa 40k mirando em 5:00 de pace.

Sei que estava além do que consigo fazer, ainda mais naquele! Mas me ocorre que planejamento é isso: você não planeja aquilo que SABE que consegue. Você planeja aquilo que te desafia e que vai requerer aprendizado sobre coisas novas em uma abordagem contínua de desafio.

Resultado: entreguei 20k me arrasando a mais de 6:00.

Frustração?

De forma alguma!!!! Muito pelo contrário!

Reforcei conhecimentos sobre hidratação (convenhamos que os últimos dias tem sido desafiadores nesse sentido, né?). Reforcei o que sei sobre nutrição e sobre meu “tempo” de recuperação e empurrei a redoma dos meus limites alguns centímetros mais para fora.

Í M P E T O!

A busca pela essência desse conceito me fez avançar passos sólidos e firmes na minha jornada e, na boa, essa jornada tem alguns destinos mas não é por eles que ela é feita. A jornada já é algo que é feito por si. Não se trata de “arrasar” em alguma prova alvo. Se trata de amar a dor e o prazer em descobrir cada vez mais força dentro de mim, olhar no espelho e decididamente amar quando as coisas ficam difíceis, falar “quanto pior melhor” não tão somente como algo motivador. Quanto pior melhor mesmo!

Então, sei que na sexta as falanges do general phobos ganharam terreno por aqui e eu disse que “talvez estivesse demais” e que eu precisava de um day-off.

Mas segui na luta aqui. Cerrei minhas fileiras, assumi a frente e investi com o máximo de ímpeto que tinha disponível em minhas reservas. Vencemos a batalha (de uma guerra que sei que NUNCA vai terminar!) e o que conquistei nos dias seguintes me dá a serenidade pra concluir que sim… tá demais, mas é JUSTAMENTE disso que precisamos por aqui!

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